A idade da Loba

E quem irá dizer que não existe razão?




O corpo fervilha na cama,
deixa o lençol molhado,
esquenta os travesseiros (melhor fuga entre pernas),
As mãos se transformam em fantasias,
em desejos guardados de todos os tempos.
Se transforma,
toca,
acaricia.

As mãos, mágicas mãos, são o único canal de realização.
Os póros se abrem ao intenso prazer sem que necessite de motivo.
É um calafrio.
É o suor.
É um pensamento furtivo.
Tudo é motivo.

Realmente, esse não é um momento de estar sozinha, curtindo solidão.
A alma pede, eu sei, mas o corpo grita por prazer. Ele quer morder. Quer sentir. Quer fazer. Ele fala. E eu o entendo. Mas tenho minha decisão de só se valer a pena. Não vou brigar com meus instintos, mas não dou vazão aos desejos mais obscuros de sair por aí e se entregar sem ver, ou em só ver.
Eu quero a sorte de um amor tranquilo, e isso eu repito mil vezes se for preciso. Quero um homem pra me satisfazer na cama e fora dela. Quero um amor gostoso, pra amar. Aquele amor que não tem em novela, nem filme, aquele amor de todo dia, de qualquer momento, de amizade e simpatia, de conversas bobas, sem propósito, ou com o único propósito de fazer bem. Eu quero, sim, poder ser eu mesma, com minha cara lavada, com minhas roupas velhas e meu chinelo sujo, quero ter minha bagunça, meu refúgio e dividir com ele, e fazer amor com ele no chão cheio de travesseiros e bonecas... de não fazer nada, mas estar ao lado.
Mas o corpo ferve. E eu não sei deixar pra lá. Sou puro desejo e tesão. Mas não consigo separar sexo de paixão, é a mistura do bolo... Como lidar com isso? São os 40?
Que os banhos gelados sirvam para aplacar esse incêndio.

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