Consciência insana

E nessa escuridão, ouço um zumbido forte junto com o barulho do vento que o ventilador produz e que só escuto depois de desligar a TV após o filme de segunda.
Tudo escuro. Menos o ponto vermelho da TV. Onde está o sono? A consciência responde cansada: você esqueceu mês passado junto com sua paixão. Não dava pra separar?
Verdade, dava até pra separar amor de obrigação.
Mas a consciência toma a voz e prossegue julgando: Mas se fosse pra sofrer por amor por que terminou um relacionamento daquele jeito? Porque não cedeu, sucumbiu, aceitou e seguiu com um belo partido ao lado? Poxa, você é burra, todo mundo gostava de vocês dois. Ao seu redor, sua vizinhança até estava conhecendo você, toda bela, toda poderosa. Você devia era ceder e esquecer suas bobagens pra ficar com um homem. Pelo amor de Deus, com essa idade, essa tela e esse corpanzil nenhum homem vai te assumir, não. Você sabe q perdeu a grande chance de casar de novo, não sabe?
A consciência, que não era sã, dedilhou todo o terço da boa vizinhança naquele momento de escuridão. Falou do passado cheio de fracassos amorosos. Falou da família super protetora e frágil. Falou da pobreza e desregramento do salário. Falou e tocou nas feridas de uma mulher que está à procura da paz interior, mas q ao encostar em outra pessoa faz tudo errado.
Ah, mas ela não parou por aí. Depois de golpear o coração ela atacou a razão. A mãe da dela e acabou por sucumbir em prantos, lamúrias, desesperos.
E suas lágrimas eram da incapacidade de conviver com uma alma enferma como essa...
Nesse escuro a consciência dominou.
E eu morri.
Até amanhã, faleci.

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