A TROCA DA CESTA DE FRUTA


Era uma vez uma menina que só comia frutas. Ela sempre trabalhou para manter a sua cesta de frutas sempre cheia, gostava muito de comer manga rosa, então sua cesta era feita, praticamente de manga rosa. Ela andava por todos os lugares com sua cesta, pois necessitava comer na hora certa. Um dia o seu médico notou que ela não estava bem e descobriu que era por causa das mangas rosa. 
- Menina, troque de fruta. Coloque em sua cesta apenas frutas que não lhe façam mal.
- Mas, doutor, eu acabei de comprar essas aqui, como faço? Estão boas, maduras e parecem gostosas.
- Faça uma coisa, troque com alguém que tenha outras frutas para seu corpo ficar mais estável. Suas frutas são boas mas lhe fazem muito mal.
A menina foi pra casa com esse propósito, trocar a sua cesta de frutas por outra que pudesse lhe deixar saudável. No caminho pra casa encontrou um homem, amigo, confiável carregando sua cesta, tinha uma quantidade menor de frutas, mas podia servir pra troca...
- Senhor, eu preciso trocar minha cesta de frutas, pois essas não estão fazendo bem pro meu corpo. O que o senhor tem aí?
- Tenho maçãs. Estão muito boas. Você quer trocar?
A cesta do homem estava com poucas frutas, mas ele há muito não as comia. Pois, como era um homem sábio, ele sabia que aquelas frutas ali estavam podres por dentro. A casca estava boa ainda, o cheiro quase normal, mas por dentro quase todas estavam podres. Ele podia trocar com a menina que tinha frutas maduras e boas. Sim, ele podia. Pelo que viu, ela não entendia nada de frutas, o médico a recomendou trocar e ela ia aceitar rápido a troca. Então ele pegava as frutas dela, vendia na feira pra lucrar um bom dinheiro e ela ficaria com as frutas podres. Com certeza, por ela ser burra, só ia descobrir que a cesta tinha frutas podres depois de abrí-las e se abrisse não poderia devolvê-las. Rá!!! Que sorte a do homem, pegar uma menina tão tola pra ganhar um presente desses. E ele nem pediu esse presente todo. Quem manda ela não entender do que está trocando. Quem manda ela não ter esclarecimento sobre uma cesta de frutas podres por dentro e boas por fora. Tão boba ela que aceitou a troca sem nem olhar as frutas que estavam dentro da cesta. Ela confia tanto naquele homem que trocou com um sorriso no rosto. Mal sabe ela a burrada que está fazendo.
Rárárárárárá.
E assim foi feita a troca.
Quando a menina viu o que fez ficou muito envergonhada e chorou. Chorou tanto, porque entendeu o tamanho da sua burrice em trocar sua bela cesta de frutas por uma cesta de frutas podres. E mesmo que a sua cesta de frutas boas não lhe servisse mais, ela viu que não foi uma troca justa. Bem que o homem podia ser sincero. Bem que ele podia fazer outra troca se ele quisesse tanto a cesta de frutas boas. Bem que ele podia ser honesto e de bom caráter com a menina.
Mas não adiantava mais. Ela tentou falar com o homem. Ele não a atendeu. Não a recebeu. Não retornou suas ligações. Passou por ela sem nem olhar para seus olhos. Fingiu que não era responsável pelas frutas podres. Ora, já trocou, está trocado, ela que se ferre pra lá.
A menina se desesperou tanto. A menina chorou tanto. Ela sabia que tinha errado. Sabia que sua falta de informação de como era uma fruta boa por fora e podre por dentro foi decisiva para ser enganada por aquele homem que parecia tão confiável, que vivia para Deus, era religioso, pai de família, avô, um bom filho para sua mãe, mas não teve compaixão da burrice da menina.
Ela chorou mais na verdade, nem foi pela perda da cesta de frutas boas, ela chorou muito foi por ver o quanto uma pessoa inteligente tem poder sobre uma pessoa burra. Como uma menina sem conhecimento pode ser enganada por pessoas que tenham um pouco de inteligência.
A menina chorou e se desesperou naquele dia. Nem conseguiu dormir com tanta dor no coração. E mesmo sabendo que ia conseguir ter outra cesta de frutas boas com o suor do seu trabalho. Sim, ela ia trabalhar mais para comprar outra cesta, mesmo que tenha que passar por necessidades. A menina chorou porque ela confiava naquele homem. Ela acreditava que existia o bem no coração dele, mas que o poder de seu esclarecimento sobre a ignorância dela falou mais alto.
A menina chora ainda. Chora de vergonha. Chora de tristeza. Chora de indignação. Mas ela decidiu não brigar. Como ela pediu para destrocar as cestas e o homem a ignorou, nem a atendeu, ela decidiu seguir seu caminho sem esperar nada em troca.
A menina tem Fé em Deus. Ela sabe que Deus é infinitamente JUSTO E BOM. E Sua Lei é imutável. E mesmo na dor ela está profundamente resignada para rezar por aquele homem todos os dias em que lembrar do quanto foi enganada, até poder esquecer. E não doer mais.

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