Aquela vontade louca de falar de mim



Há dias estou incomodada com algumas mudanças na minha vida.
Eu sei que mudanças incomodam mesmo. Sei que isso vira hábito, vira rotina, vira jeito de ser...

Há mais ou menos uns 10 anos estou no espiritismo. Aprendendo. Experienciando. E me aprofundando. Eu me apaixonei pela doutrina e depois que passou aquela louca paixão eu finquei raízes e hoje sou uma esposa que ama, com serenidade, com compaixão, com zelo e cuidado.

Há 3 anos conheci o Projeto Iluminar. Onde um grupo de espíritas do C.E. Joca Vieira doa alimentos e faz o Evangelho no Lar de famílias muito carentes da zona Sul de Teresina. Desde julho de 2016 em média 30 famílias são beneficiadas com o alimento material e o alimento espiritual em seus lares. Antes de me aprofundar na minha admiração quero que saibam de um detalhe: Eu quando perdi meu trabalho principal e tive minha renda mensal diminuída mais da metade que venho me reajustando na vida e fazendo planos para que, quando receber o dinheiro que pretendo, eu possa ajudar 20 FAMÍLIAS POR 2 ANOS a viver melhor. E ADOTAR 4 CRIANÇAS. Quando fui ao Joca, estava quase carregada em minha dor. A alma pesava e eu precisava encontrar um lugar para respirar. Fui, assisti uma palestra boa e no final ouvi de umas meninas a necessidades de doações para o Projeto Iluminar, que assistia na época, 12 famílias carentes. OPA!!! É aqui que eu vou ficar. E tudo começou.
Sei que ainda sou muito displicente na caminhada mensal, mas eu me obrigo a fazer o que posso, mesmo que faça sempre menos.
Sei que ainda sou acomodada, mas estou aprendendo com eles a fazer mais, dar um jeito aqui, dar outro jeito acolá.
Sinto que ainda falta muito para eu ser melhor que ontem. Só não quero desistir.

Mês passado comecei um novo projeto, a convite da Mone, para a Igreja Católica. Eu me inscrevi na Pastoral da Criança, recém inaugurada no bairro em que moramos. Está sendo uma experiência muito boa e um grande desafio ser uma LÍDER DA PASTORAL DA CRIANÇA. É um projeto nacional, feito pela Arquidiocese. Muito bem elaborado. Com regras rígidas e uma participação maciça da comunidade. Estou ansiosa. Estou eufórica ainda. Estou feliz por receber esse chamado. Sei que também fui carregada pela espiritualidade amiga para a igreja outra vez, pois minha formação é católica apostólica romana, de pai e de mãe, num tem?
Eu vi meus filhos em suas escolhas, assumirem o compromisso na igreja. Iago na primeira eucaristia e Iza na crisma. Senti orgulho do fruto que Deus me concedeu. Eles estão na caminhada. E fiquei feliz em estar por perto.

Mas esse choque de crença é impactante para uma alma qualquer.
Eu me pego discordando de vários métodos, ritos, dogmas por ter um conhecimento aprofundado (nem é tanto assim) do espiritismo, que se desprende disso e busca o conhecimento das palavras de Jesus Cristo através dos espíritos evoluídos que nos circundam o tempo todo.
Agora, falando aqui, acho até normal essa angústia em mim. Eu sou humana. Não sou cega. Busco a minha evolução. E tenho um chamado. Sei que é bem grande. Sei que tento ver o quão longe ele vai. Mas não dá para enxergar o caminho por cima ainda. Estou engatinhando aqui.
Eu só quero entender mais um pouco disso. Fazer a minha visão do horizonte se ampliar e poder agir em cada passo com mais tranquilidade e confiança. É, o sentimento é mesmo esse: CONFIANÇA.

Quero mudar muito. Mudar mais meus hábitos que são de inércia. Eu procuro ficar o mais parada possível por medo de ruir o que estou reconstruindo nesses poucos 10 anos. Antes eu nem sabia viver. E hoje ainda sei pouco. Sei que a estrada é muito grande e estreita. Sei que tenho que reaprender tudo o tempo todo. Sei que nada é fixo, nada é permanente. Sei que preciso viajar, conhecer novos lugares, ver outras realidades, desbravar meu interior e quebrar meus paradigmas de uma vez por todas.

Ainda me sinto engatinhando na minha missão. Mas, eu vou começar a dar os primeiros passos. Tudo o que eu vivi até aqui foi só uma preparação para eu conseguir chegar lá.

Sou grata imensamente grata, Pai. Vivo em Deus.


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