E se eu morresse hoje?

Hoje eu tenho 41 anos, falta 1 mês para completar 42 e hoje eu não tenho nada do que sonhei um dia.

Eu sonhei em chegar aos 40 com minha vida material resolvida: casa própria, carro (fusquinha lindo, na verdade), um jardim, uma biblioteca e uma cadeira de balanço na porta.
Eu pensava que 40 anos era fim da vida e tinha que ser tranquilo e harmonioso, com todos os filhos encaminhados, bem sucedidos, felizes e calmos.
Eu sonhava com meus 40 eu preocupada só com os projetos sociais que tenho como objetivo ter: um lar para crianças e idosos juntos, para interagirem e nunca ficarem sozinhos.
Tenho minha frase como lema: O BEM POR SI SE CONSTRÓI. E quero colocá-la como placa de madeira na porta do lar. Queria ter vários problemas, mas para ajudar mais pessoas, mais famílias, mais crianças.
Eu sempre imaginei que tudo tinha seu tempo, mas me enganei que o meu tempo é o tempo de Deus.
Depois de anos me sentindo grande e cheia da verdade, a vida me colocou no meu lugar, tive que cair, pra entender onde deveria estar. Precisei ser enganada, ludibriada, feita de tola para entender que não tenho importância para ninguém. Até sei que tenho uma missão, estou à procura dela, mas não é para me engrandecer, pelo contrário, é para me deixar do tamanho que tenho que ser, pequena.
E se? Se eu morresse hoje, ia sozinha, agradecida profundamente por tudo o que tive na vida e feliz por ter deixado tanta gente especial que conheci. Ia sem cumprir minha missão. Ia sem encontrar o amor que sempre sonhei. Ia sem nada nas mãos e com o coração vazio. Ia bem. Ia bem.

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