Dez passos pra trás, olhos para frente

Hoje está difícil, mas uma coisa eu sei, é preciso recuar quando a tempestade chega.

Dia 01º de maio eu tive que sair da quitinete que morei durante 2 anos e meio em frente à casa de minha mãe, perto de meus filhos, irmãs e família... tive que sair, por pressão mesmo, não queria ir, estava mais tranquilo pra mim passar esse momento delicado perto de todos que me amam. Hoje, sem saber como irei ficar, sem saber como proceder, sem imaginar como será meu amanhã, eles estarão sempre comigo. Mas, eu precisei sair. A minha casinha era um lar tranquilo e acolhedor, era onde eu sonhava em ter minha casa com varanda, jardim e biblioteca, era onde eu aportava meus sonhos mil.  Hoje estou meio deslocada, com medo, ansiosa e fraca. Quero correr pro colo da mamãe, mas minha mãe é quem precisa de colo nesse momento e ela tem, graças a Deus, está bem cuidada, bem amada e muito mimada como sempre. E isso me deixa tranquila. Só que eu não posso dar preocupação pra ela. A casa dela aporta todo mundo, mesmo com todo aquele espaço ocupado, sempre cabe mais um. Mas, não é isso que eu quero pra mim. 
Quando fui procurar outro lugar pra ficar, eu ganhei uma amiga, um anjo que Deus envia para nos acolher, nos iluminar e nos fazer acreditar que dias melhores virão. Minha amiga Lea, com seus 3 filhos e seu marido Sr. Roberto me ofereceram um quartinho, dois quartos dos fundos da casa que eles moram para eu ficar o tempo necessário enquanto vivo essa fase delicada de minha vida. Estou sem renda fixa, com um trabalho freela na empresa que eu vivi durante 13 anos, é uma experiência muito boa, especial mesmo, necessária para meu coração, só que não tenho garantia de nada, posso não continuar lá, pela pandemia ainda existem limitações econômicas para eu ser contratada... pelo menos é o que consigo enxergar. Mas, eu acredito que tudo vai dar certo!!! Tudo vai se ajeitar como tem que ser. Como Deus quer para mim. Estou pronta para a Tua Vontade, Pai.

Novo cantinho



Sou muito grata por tudo o que vivo hoje. É uma chacoalhada nas minhas certezas absolutas, que não são certezas e nem mesmo absolutas. É uma balançada nos meus princípios. É um ressignificado nos meus conceitos. Que eu precisava mesmo viver para dar o devido valor ao que me é essencial. Sabe, o que eu almejo hoje eu já tive em dobro e nunca dei valor, porque veio fácil, deixei ir fácil, não dei o valor necessário, nem pensei em cultivar para algo futuro... 



Antigo lar, onde morei 2 anos







Posso parecer ingrata, mas antes eu era bem descuidada dos meus e das minhas coisas. Quanta coisa deixei ir. Quantas loucuras eu entrei de cabeça e me entreguei a tanta futilidade. Quantas vezes me perdi em experiências vãs e fui atrás de coisas sem significado. Quanto tempo eu olhei para um lado do horizonte e nem sequer olhei para trás...



Sei que tudo isso foi necessário para eu ser o que me tornei hoje. De tudo o que espero de mim. De tudo o que sonho. Eu só consigo enxergar porque eu tropecei muito...

Mas, é tempo de recuar. É tempo de aquietar. E receber a ajuda necessária. E dormir tranquila. E olhar pra frente. E aceitar o que Deus tem para mim. E lutar pelo que eu preciso para ser feliz. Sem mais nem menos, sem magoar ninguém, sem tirar a paz de ninguém, sem incomodar ninguém.

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