Não se esqueça que, às vezes, é preciso parar. Ou os pés ficam feridos, a mente se distrai e o cansaço empobrece a busca. A tradição acadêmica tem o “ano sabático”; a cada sete anos de trabalho, o professor passa um ano longe da universidade. Ao sair da rotina, ele abre espaço para novos conhecimentos. Na antiguidade, os camponeses dividiam sua terra em sete terrenos: a cada ano, um deles ficava abandonado, sem produzir nada. Ali cresciam ervas daninhas, mato, tudo que a natureza tivesse vontade de produzir sem interferência do homem. Desta maneira, a terra se revigorava e era capaz de - no ano seguinte - aceitar a semente do agricultor. Quem não para por livre vontade, termina sendo paralisado pela vida. Na busca - como em tudo o mais - ação e inação tem a mesma importância. (Por Paulo Coelho) Tantos anos de ação me cansam a mente hoje, o corpo ainda é firme, o passo titubeia, a mente roda... Já alcancei objetivos concretos, já busquei novos objetivos, já corri de objetivos incertos e já joguei minhas pérolas aos porcos... Agora o que quero mais??? Parar. E deixar o meu chão se fortalecer de novo. dividir o meu terreno e abandonar essa parte que é das ilusões, da paixão, da loucura... Passar um ano me renovando com experiências, luz, meditação, extravagâncias. Preencher meu vazio (a parte do terreno abandonado) com o 'nada'. E nesse nadismo reencontrar a minha liberdade interior.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A história da menina do pé quebrado

A felicidade bestializa, só o sofrimento humaniza as pessoas ”... Mário Quintana.

Diálogo entre Rei e Rainha