Ser uma mulher separada, com dois filhos, sem casa própria, sem dinheiro, sem segurança e sem perspectiva... É assim que o preconceito se manifesta na sociedade teresinense (que é a que conheço). A política da boa vizinhança se acaba, a ignorância se esgota e os olhares crescem... As mudanças causam desconforto, não que uma mulher que passa a assumir uma família sozinha vá se desestabilizar completamente, as rédeas do cavalo alado são duras, firmes, machucam as mãos, mas os calos ajudam a segurá-las depois de um tempo. A dor faz parte do aprendizado e toda experiência é válida para o alicerce de um ser humano. Hoje ouvi a história dos caranguejos: O pescador joga uma rede no mar com iscas, ela é grande e aberta em cima. Um por um vai entrando e comendo as iscas, e sempre chegando mais... quando a isca acaba eles continuam lá no mesmo lugar e sempre chegam mais e ficam lá estáticos, esperando outras iscas sei lá. O mais interessante é que quando um deles tenta sair, pra ir atrás de comida (eu penso) os outros se unem e o puxam de volta pra dentro da rede, e se ele resistir e forçar os outros até arrancam suas presas. E nós somos do mesmo jeito. Quando estamos em um grupo, fica todo mundo no mesmo barco, ou melhor dizendo, na mesma rede e se um tenta ir atrás dos seus sonhos, fazer diferente, ir pra um lugar melhor os outros o puxam pra baixo, criticando, apontando, julgando, menosprezando... E quando a gente insiste nos nossos sonhos, tem até os que quebram nossas pernas, fazem esforços tremendos para nada que sonhamos dê certo... E hoje eu quis chorar feito criança, e voltar ao colo da minha mãe pedindo carinho... Mas eu não posso! Tenho que me levantar, mesmo com as duas pernas quebradas e sair andando (mesmo mancando). Pois o dia é longo para se vencer. E por hoje eu vou vencer!!! Eu tenho certeza que: É preciso ter força para ser firme, mas é preciso coragem para ser gentil. É preciso ter força para se defender, mas é preciso coragem para não revidar. É preciso ter força para estar certo, mas é preciso coragem para admitir a dúvida ou o erro. É preciso ter força para fazer tudo sozinho, mas é preciso coragem para pedir apoio. É preciso força para pregar a verdade, mas é preciso coragem para ser verdadeiro. É preciso ter força para falar, mas é preciso coragem para se calar. É preciso força para lutar contra a insensatez, mas é preciso coragem para ser sensato. É preciso ter força para amar, mas é preciso coragem para ser amado. É preciso ter força para sobreviver, mas é preciso coragem para aprender a viver. Enfim, é preciso ter muita força para enfrentar as batalhas do dia-a-dia, mas é preciso muita coragem moral, para vencer-se a si mesmo. Força e coragem: duas virtudes com as quais podemos conquistar grandes vitórias. E a maior delas é a vitória sobre as próprias imperfeições.

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