Óh, mundo cruel


Lembro de quando escrevia sobre sonhos. Fazia listas de desejos para serem realizados. Organizava a ordem de todas as metas pra não me atrapalhar.
Lembro, sim, das incontáveis prosas do "E se eu morresse hoje" que me colocava os pés no chão, vendo o que eu preciso pra viver feliz hoje.
Vejo bem o vulcão que tenho em mim, hoje adormecido, acinzentado, sólido e frio... e como todo vulcão, com um buraco enorme no meio, que habita todo tipo de vida, que floresce àrvores e flores exuberantes.
Olho ao redor e só vejo tudo passar acelerado, com medo de ser perdido, medo das estatísticas. Ao redor tem muita pressão pra ser perfeito. Exigências impostas. Expectativas.
Ando devagar porque já tive pressa... éh, essa música toca na minha cabeça agora, apesar de não ter chorado demais, de não saber-me capaz de ser feliz...
O tempo é outro, olho em volta e vejo que preciso ir num novo ritmo, nada demais. Sem a desculpa das mãos vazias, sem a ilusão de que tudo o que toco vira ouro, sem pretensão de ser melhor, sem disputas comigo mesma(minha melhor rivalidade).
Não dá mais pra ser multi.
Não dá pra usar o tempo contra o tempo de Deus.
Não dá mais pra ter cabeça de 20 em corpinho de 40.
O sono foi embora às 3h porque pensei que fosse 6h. E não pode mais ser assim.
Eu sei que não fiz o meu melhor, não utilizei 100%, não gastei a pilha toda na hora certa. O jeito é parar...
Só... parar... é isso.
Amanhã eu continuo passo a passo. Agora devagar. Vou conseguir.
Eu creio.

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