Uma rasteira do pé esquerdo

Que seu pé direito não saiba onde o pé esquerdo pisa.
E foi assim que eu andei esses últimos anos, desconecta, a três palmos do chão, com uma realidade camuflada por sonhos, inocências (burrices mesmo)... e só agora estou conseguindo acordar.
Acordar e descobrir que não utilizo minha memória seletiva para organizar minha vida, eu entorno o caldo, misturo tudo e faço dos problemas as desculpas pelos meus vacilos.
E eu vacilei na faculdade esse primeiro bimestre. A mistura? Sim. Misturei meus problemas de passado mal resolvido, com decisões definitivas, com sofrimento de arrancar o cordão umbilical de sentimentos depreciativos, com a resolução de minhas provas subjetivas... Não protelei, não deixei atrás da porta... levei pra ponta da caneta tinta azul a cor vermelha dos problemas que vivi naqueles dias.
E quanta nota baixa num só dia, que vergonha. Em todo meu ensino fundamental, médio e até infantil, nunca havia chegado a tão baixo status de avaliação. Eu que nunca fiquei de recuperação em nenhuma matéria, por mais difícil que fosse, eu que estudava sozinha, sempre e cumpria com todas as minhas obrigações de aluna, um exemplo para a turma, com orgulho. Eu, fiquei com média baixa... Que horror.
Estou envergonhada comigo, em deixar meus problemas superarem minha capacidade, pois nada era difícil, eu tinha domínio de todo assunto, li, resumi, discuti comigo mesma, ou melhor, com meu notebook, até com o google eu criei problemas.

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