Solidão é minha amiga, não dói mais

A verdade é que no fundo, no fundo, lá no íntimo, nas entranhas mesmo... Nada mais dói.

A leveza que sinto hoje juntando com a paz interior e o amor que transborda por todos os poros pelo mundo, não mais por uma causa só, é que me dá essa singela felicidade. Aquela felicidade de sorriso de canto de boca. Aquela de ouvir uma música antiga e lembrar de coisas boas (falo mesmo de Oswaldo Montenegro tocando agora 'Canto uma canção bonita...')

Ontem conversando com minhas irmãs admiti que estou sozinha, sem sentir-me amada há quase um ano, e esse "quase" me faz muito melhor do que há um ano. Estou bem mais madura, mais tranquila, mais paciente e mais desapegada de coisas que me entravavam a vida. Hoje eu sei me dividir pra multiplicar. Hoje eu sei cuidar de mim, cuidar do próximo, cuidar de algo importante. Hoje eu sei, principalmente do que ainda não sei pra precisar ser feliz, e essa ignorância me faz buscar cada vez mais o conhecimento, através da minha Fé, através do conceito que tenho de Vida, de Mundos, de Espiritualidade.

A solidão não me dói mais. Ela, como minha amiga me alegra, me consola e me ensina a caminhar com mais calma.



Hoje eu quero a rua cheia de sorrisos francos
De rostos serenos, de palavras soltas
Eu quero a rua toda parecendo louca
Com gente gritando e se abraçando ao sol
Hoje eu quero ver a bola da criança livre
Quero ver os sonhos todos nas janelas
Quero ver vocês andando por aí
Hoje eu vou pedir desculpas pelo que eu não disse
Eu até desculpo o que você falou
Eu quero ver meu coração no seu sorriso
E no olho da tarde a primeira luz
Hoje eu quero que os boêmios gritem bem mais alto
Eu quero um carnaval no engarrafamento
E que dez mil estrelas vão riscando o céu
Buscando a sua casa no amanhecer
Hoje eu vou fazer barulho pela madrugada
Rasgar a noite escura como um lampião
Eu vou fazer seresta na sua calçada
Eu vou fazer misérias no seu coração
Hoje eu quero que os poetas dancem pela rua
Pra escrever a música sem pretensão
Eu quero que as buzinas toquem flauta-doce
E que triunfe a força da imaginação.

(Sem Mandamentos - Oswaldo Montenegro)

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