cansada

Confesso que ando muito cansado, sabe? Mas um cansaço diferente. Um cansaço de não querer mais reclamar, de não querer pedir, de não fazer nada, de deixar as coisas acontecerem.
Caio Fernando Abreu




Sabe quando a gente só quer parar um segundo?
Não é voltar, nem cair, nem desistir, não!
É parar, fechar os olhos por um instante, respirar fundo, jogar os braços pra gravidade... Parar!!!


Sabe quando a gente quer distância?
Não ir embora, ou fugir, ou se esconder, não!
É distância, ficar quieta num canto, entre quatro paredes e uma estante de livros e cadernos e agendas... Distância de si, distância dos outros.


Sabe quando a gente quer ficar quietinha e não atrapalhar a vida de ninguém. De ninguém, nem com a presença, nem com a ausência, nem com os sonhos, nem como o sofrimento, nem com a voz, nem com o silêncio. Só ficar quietinha na insignificância de ser invisível para o próximo!!!




Um dia eu pedi ao Senhor, para cessar tanta dor e me deixar num espaço vazio, onde pudesse varrer, tirar o pó, passar um pano limpo em toda sujeira depositada.
Pai, um dia eu te pedi essa solidão de agora, e sabia que doeria menos do que aquela imensa dor. E realmente é bem mais amena, mas eu esqueci que solidão dói, e maltrata, e pisa, e diminui. Mas não mata!!!
Obrigada, Pai, por realizar meus sonhos, ouvir minhas preces e entender o quão sou leiga nos meus pedidos, dando a minha vida só o que eu preciso!

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