Por que eu vou me Doar?

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Onde começa minha SOLIDARIEDADE?
O que tenho de melhor para oferecer a quem necessita? Eu sei o que o outro necessita?
Como fazer pra chegar a quem precisa? Eu olho ao meu redor pra saber se alguém precisa de mim?
Por que tenho que me oferecer para melhorar a vida de alguém? Será que
o que sou fará bem a alguém?
O pouco que tenho dá pra dividir pra quem não tem nada? E esse pouco vai bastar pra um necessitado?
Depois que respondo essas perguntinhas básicas eu vou atrás de um grupo de jovens que pensam do mesmo jeito que eu, me inscrevo, acompanho, participo das oficinas, entro entusiasmada nas ações, dou o melhor de mim pra cada pessoa que passo e vejo que necessita de mim e o tempo passa...
Mas onde termina a minha SOLIDARIEDADE?
Eu já deixei um hobby meu pra realizar o sonho de alguém necessitado?
Eu já deixei de comprar duas cervejas pra dar um PF pra alguém que não almoçou?
Eu já deixei de comprar o CD do meu ídolo pra dar um litro de leite a uma mãe pobre?
Eu já deixei um fim de semana de ir ao shopping pra guardar aquele dinheiro do lanche e doar a uma família pobre? Eu daria dinheiro a um pai de família?
Eu deixaria de colaborar com a vaquinha da festa surpresa do patrão, das amigas, da escola pra fazer uma vaquinha pra um PF e dar a quem tem fome hoje?
E a vaquinha do lanche da tarde no trabalho? Deixaria de dar minha parte pra dar um pacote de bolacha a quem tem fome?
Eu deixaria de comprar meu colar transado pra comprar uma roupa pra uma criança pobre?
Eu teria coragem de não comprar uma roupa nova no Natal pra comprar roupas pra idosos do asilo?
Eu teria coragem de não comprar aquela sandália, (eita sandália linda!!!) pra dar a chinela nova de uma criança carente?
Eu deixaria de ir um dia a uma festa e comprar uma cesta básica com o valor da noitada perfeita pra dar a uma família pobre? Eu faria um supermercado para uma família pobre?
Eu daria em um mês dois vales transporte por dia pra um desempregado procurar emprego (conhecido) (e pra um desconhecido???)?
Eu sairia num domingo de folga pra trabalhar na casa de algum doente (amigo, familiar, conhecido)?

Nós podemos fazer uma pergunta dessa por dia junto ao nosso travesseiro. Nada demais pra uma cabeça pensante que vive a mil por hora num mundo turbulento que nos exige o melhor o tempo inteiro. Podemos fazer uma lista de nossos sonhos no diário e se colocar no lugar de alguém que faz a mesma lista, mas não tem condições de realizar nada, nadinha. Podemos fazer um belo desenho com todas as respostas em uma só.

Mas o que precisamos HOJE, entre nós voluntários de um projeto magnífico é sabermos ONDE COMEÇA E ONDE TERMINA A NOSSA SOLIDARIEDADE e recomeçarmos a exercer a nossa RESPONSABILIDADE enquanto integrante, não ser obrigado não significa que não temos responsabilidade com o que nos propomos e nos dispomos a fazer.

Quando paramos pra conversar cada um sabe o que quer, o que é e o que tem que fazer no momento certo, e nós fazemos sempre, todas as ações temos como cumprida nossa missão, mas estamos cada vez mais escassos, mais distantes, mais dispersos. O que falta em nós? O que falta no grupo? O que falta no todo?
O que está faltando em mim?

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