Dos sonhos que sonhei, sempre me teve a leveza de morar numa biblioteca, não que todos transitam, que existe trocas de energia, mas uma biblioteca que só eu saiba que exista, que só eu entre, que só eu possa usufruir de todos os livros colocados ali. Sou tão egoísta ainda, ao ponto de querer uma vez ao dia me recolher num lugar assim, de olhar ao redor e ver livros meus, já lidos e amados e vividos pendurados, ao meu alcance para qualquer outra aventura. Sou tão egoísta ainda, meu Deus, pra imaginar uma vida solitária como estou, assumida num isolamento temporário, poucas horas por dia, para revigorar o espírito machucado, para dar carinho, atenção e amor a uma alma ainda inocente e dolorida. Eu sou tão errante ainda, mas não consigo parar de me imaginar envolta a tanta vida escrita e arrumada em páginas, em capítulos, em ilustrações, em letrinhas e letronas de cada obra já divinamente publicada. Não, eu não sou acadêmica, nem expert, nem sábia, como um mestre das letras. E...