Medos e exageros

"...é que a gente sobrevive melhor quando trabalha com o que é abundante em nós."...

(Alexandro Santos)

Como eu quero aprender a trabalhar com o que tem de abundante em mim. Quero, ao menos, saber o que é, só sei que me explode o peito, que esquenta a pele, literalmente esquenta...

Mas não era isso o que eu queria dizer...

Hoje estou com uma sensação de vazio na alma, que está leve, branda, limpa, transparente.

Aquela sensação de que vai ser preenchida a qualquer momento com a coisa certa pra continuar.

Aquela sensação de ignorância ao nascer, onde tudo é puro, é singelo, é harmônico.

Hoje estou com os sonhos aflorados, acordados, eloquentes... hoje os sonhos estão ardentes... hoje, só hoje? Não, ultimamente. É que hoje eu tive coragem de expressar que estou com medo de tudo acontecer, talvez porque a mudança amedronta, a mudança excita, a mudança desmonta. E eu montei uma estratégia para não sofrer nesse período de transição, diga-se: tudo é transitório, uma carcaça para aguentar as pancadas, uma previdência espiritual para suportar as deficiências, um óleo com creme para passar na derme e deslizar das sensações ruins...

Não, não é exagero...

Hoje, eu estou com medo de mudar, mas vou vencer o medo e continuar. Disso eu não tenho medo, de continuar.