Porque metade de mim é um vulcão...

Não gosto quando fico assim, incontrolável...
E eu nem sei explicar como se resolve tal fenômeno, pois é puro instinto, é animalesco, é selvagem...
Não gosto quando fico louca assim...
E não é pra qualquer domador, nem sei se existe quem segure, nem sei se o resultado é segurar, ou agarrar, ou só tocar pra amansar...
Hoje pra mim é um bicho, quer sentir o cheiro, o faro aguçado, quer encostar as narinas, quer, quer, quer. Sente fome, sede, falta...
Amanhã é uma lama, quente, de cheiro forte, que queima cada veia desse corpo, esse pobre corpo... onde se esconde entre carnes, curvas, pedaços de pedra, pedra dura, carne firme, que se move, treme, treme, treme...
Depois de amanhã é uma pluma, pena leve que pode se desfazer no menor toque molhado, pena que espera carinho, mãos macias, nariz gelado, braços sadios.
Pode até ser só na minha cabeça esse turbilhão de energia... nunca mais encontrei um domador de leoa... nem sei se vou ter a sorte, a alegria, a grande chance de encontrar outro assim...

Eu só sei que pareço um vulcão, e ninguém consegue encostar... ainda.

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