Desconecta

Toda vez que se aproxima meu aniversário eu corro pra cá. Por quê?
Sei lá.

 Quero desabafar, tirar de dentro de mim toda essa energia sem encher o saco de ninguém (eu encho o saco com minhas conversinhas de pé de ouvido, sei)...
Mas hoje eu quero falar sem falar, sabe?
Quero falar que gosto de mimar, de cuidar, de criar, de abrir caminhos. 
Quero falar que gosto de tanta coisa e não gosto de tantas outras.
Quero dizer que estou com um frio na barriga, com borboletas no estômago e aquela terrível mania de sonhar acordada voltou, mais forte. Talvez devido à data.
Quero falar, falar e falar... e deitar no ombro e me sentir ouvida... só isso.

Toda vez que se aproxima o dia 19 eu fico excitada, há um burilamento de emoções ao mesmo tempo e como não sei administrar, os poros se abrem e soltam seu néctar. 
Táááá, não gosto de falar difícil, mas é que estou muito repetitiva aqui. Éh! Mas essa é minha característica mais marcante, ser repetitiva, com emoções parecidas, com versos idênticos.

Quero falar que estou rodeada de gente invisível, ou melhor, eu sou invisível para todos que me rodeiam, quero estar ao redor de gente que sabe o que está fazendo aqui (no mundo), de gente que fala das estrelas sem deixar de sentir seu passo, de gente séria, com um sorrisinho no canto da boca, pois eu já sou alegre demais... rs... 
Estou me incomodando com o silêncio... Estou me incomodando com a falta de cobrança, eu sei que não estou certa 100%, mas me deixar errar não é se importar comigo... Estou recebendo o que pedi um dia: quando todos me vetavam o passo, mediam minhas palavras e me guiavam por caminhos que não eram os meus (lembrei, perdoada?)

Quero falar dos meus sonhos acordados. Uma realidade paralela, onde sou eu mesma em outro tempo, uns 10 a 15 anos à frente, o mundo se transforma, o lugar em que paro, a música que toca no fone agora (Alanis, o nome dela é Alanis), a arrogância das pessoas próximas, invisíveis, a intolerância, a frieza... como será tudo daqui há algum tempo? Serão os mesmos? Eu estarei aqui? Nem me arrisco a dizer o que penso. Ou me arriscaria? Estou aqui, né?
Sei que um dia serei melhor pra minha família, estarei em outras metas, outros desafios e vou passar a realizar os sonhos dos meus filhos e do meu amor. Sei que mais à frente vou continuar plantando e não colherei frutos do que planto hoje, os frutos não me pertencerão jamais. 
Sei que um dia eu serei a dona do meu lar, e ele terá, SIM, um jardim e um cantinho para guardar meus livros (hoje não penso tanto em uma grande biblioteca pra mim e sim para crianças carentes). Eu terei o suficiente pra ficar quieta e observar as flores nascerem na manhã, que eu não programe, que eu aprenda a esperar.

É preciso esperar, eu sei e mesmo não sabendo de nada... Tenho tantas dúvidas... Observo que é isso que me move.

Deixa eu ir! Tenho que dar mais um passo... pra frente... sozinha... Invisível!!!

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