Piauí 2016 - uma ousadia

Desafios são sempre bons, massageiam o ego. Mas me sinto diferente das outras pessoas, não quero palmas pra mim, quero ajudar a aplaudir a realização dos que amo e admiro.


Estou numa fase desafiadora. Confesso (e para comprovar é só ver os posts anteriores em que afirmo) que eu havia desistido de trabalhar em televisão há um ano, porque passei 13 anos num mundo em que tinha começo, meio e fim, e eu havia começado, crescido e empacado no fim de uma ascensão simplória que é o mundo operacional de uma carreira de radialista. Comecei como auxiliar técnica em 1997, passei por operadora de VT (função já obsoleta), operadora de caracteres (no amiga, depois no inscriber, depois no after adaptado pra caracteres e animação, depois toaster, etc.), paralelo com edição de imagens linear (betacam e dvcam, numa ilha simples e cheia de cabeamento maluco), depois de uns anos tive a oportunidade, bem insistente, de ser promovida (em trabalhos) para diretora de TV, edição não-linear e sempre tive entusiasmo em fazer de tudo nessa área, a operacional... Já fiz 5 coisas num dia só, durante um bom tempo ficou perfeito, depois desgastante, até chegar ao estresse total, por simples falta de incentivo, simples ausência de entusiasmo. Depois de 5 anos eu comecei a dar passos pra trás, sem oportunidade de seguir em frente, eu me perdi, até pelo desgaste, pela falta de incentivo (financeiro e também de reconhecimento, que nunca tive, só minha autoestima me impulsionou até um certo ponto). Depois de muitos anos, e com outros fatos que me levaram e decair fora do trabalho, um relacionamento doentio, desafios de saúde, de crença, de força, de tudo(sem mais comentários)... Eu desisti de televisão. Comecei a analisar meus colegas de trabalho, que passam anos e anos e anos na mesma função, fazendo a mesma coisa, recebendo o mesmo salário (com gorjetas para aliviar o ego) e nunca tendo um minuto de agradecimento pelos seus esforços excomunais para fazer perfeito e enriquecer e engrandecer os patrões e seus diretores. Comecei a ver outro mundo fora dali, que havia o cinema, ainda engatinhando e precisava de mim e eu dele pra crescermos, comecei a olhar pra o lado, pra pessoas que haviam saído antes, sem receber um abraço de gratidão e viravam profissionais respeitadas e admiradas no meio, fora dali. Eu vi que havia um lugar pra mim ao sol. E decidi largar a ilha de edição de TV. Não, não iria mais voltar, era dali pra frente. Ousei, saí, dei uns passos pra frente. Claro que vou conseguir.
Pouco tempo passou e numa rasteira da vida, tive que procurar um meio de encontrar outro trabalho com garantias trabalhistas para sustentar meus filhos junto de minha família (pais e irmãs, pois o casamento há muito já era). Voltei pra casa de meus pais, arregacei as mangas e coloquei o currículo debaixo do braço. De porta em porta, com ajuda de todos eu encontrei alguns bicos, quebrei a cara algumas vezes, caí, me levantei, tropecei e ergui a cabeça. E meu amigo Léo me abriu a porta da TV Cidade Verde, uma muralha, eu sei, difícil de entrar, complicada de ficar, mas um ambiente desafiador pra uma mente inquieta como a minha. Um lugar de pessoas boas, amigas, mentes muito inteligentes, a frente desse tempo em que estou, lugar de gente intrigante, também, de aura forte, que desafia meus instintos, que me faz fera protegendo a cria.
E tudo isso eu falo pra externar o sentimento de ENTUSIASMO que encontrei na pessoa do Presidente da empresa, o Dr. Jesus Tajra, um visionário, entusiasta e idealizador dessa empresa. 'TUDO VAI DAR CERTO' é seu lema. Ele quer, ele pode, ele consegue porque ele acredita em tudo isso. O Tio Jesus, como o chamo, acerta ponto por ponto, pedaço por pedaço, cantinho por cantinho. Acho lindo ele gritar o grito de guerra com os atletas, cantar o hino do Piauí e aplaudir com a alegria de uma criança realizada. E o que mais me encantou é que ele chama todo mundo a se unir para agradecer a Deus e não esquecermos Dele mesmo em nossas diferenças, deixando discórdias, vaidades, maldades de lado pra realizarmos juntos seus sonhos, de menino (acho).
O Projeto Piauí 2016 é uma ousadia grandiosa, um marco na vida de muitos meninos e meninas que querem crescer no Esporte Mundial levando o nome do nosso Estado. Um grande passo que eu queria estar participando quando jogava handball no Cipreve, que faltava incentivos, patrocínios, pessoas que acreditassem em nosso potencial.

Viva Piauí 2016 é uma realidade, e vai acontecer o primeiro passo amanhã, as 9h da manhã no canal 5, no http://www.cidadeverde.com

Seja bem vindo ao mundo mágico da televisão.

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