Da saudade do pai

E desde quando eu me imaginaria fazendo o livreto da Missa de sétimo dia dele? Organizar uma simples celebração cristã mexeu com as mais antigas lembranças do que meu herói gostava de fazer.
O mais engraçado é que tudo isso eu detestava, na minha mais rebelde adolescência, que nem era tanta assim, só gostava de ser do contra, penso que todos os aborrescentes, oh! Adolescentes são, senão não seriam... Lembro-me que detestava os sermões, ah, sentar no pé da redinha para ouvir as lamúrias vindas de livretos da Igreja, os conselhos do padre, as intermináveis rezas que já sabia, porque mamãe passou a vida inteira fazendo ao meu lado. Eu odiava quando ele me chamava e eu não entendia e ele soltava um: você tá doente do ouvido, vai se tratar. Ownnnnn, não aguentava aquilo. Parece que era só eu no mundo que tinha um pai tão briguento e mandão que nem ele. Não, o que eu fiz pra merecer tanto sofrimento?
A adolescente aqui foi uma rebelde sem calça... sem motivo nenhum, porque era um dengo e tinha no herói da vida real o seu protetor maior e seu salva vidas, porque com seus conselhos aterrorizadores ela deixou de fazer muita besteira, com drogas, álcool (vindo beber depois de 25).e vida desregrada...
Lembro-me que em todo apuros eu repetia a mesma frase: O meu pai nem sonha com isso. Ele disse que é errado chegar tarde, chegar bêbada, chegar sozinha ou com desconhecidos, dele, chegar fedendo a cigarro,.. e por aí vai. A ladainha era certa.
Como eu queria dormir e sonhar que era adolescente rabugenta igual ao meu herói

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