Dos amigos da Dona Menina
Olhando para o tanto de gente nesse velório, vejo o quanto era amada essa Menina!
Mas sempre a via só, andando, saindo, dançando com suas irmãs por aí, ela sempre estava sem ninguém de fora, chegava em casa alegre, triste, chorando, gritando, cantando e até calada, batia no portão pra o pai jogar a chave, (pois é, o Seu Guima não dava a cópia da chave do cadeado de jeito nenhum, que era pra saber que horas a Menina caçula dele chegava) que ela pegava e se envergava pra abrir o pequeno portão vermelho da casa que sempre que se separava (pois casou duas vezes) voltava, seu pai não a deixava morar sozinha, com os filhos, alegava, em bilhetinhos, cartas, diálogos longos, ligações duradouras que para ela trabalhar como trabalhava, em televisão, estudando, vivendo, ela teria que ter 2 empregadas, que dormiam no local, sendo fiéis a ela. Isso era seu primeiro argumento para encher de medo essa Menina que amava o seu trabalho, e almejava a segurança e proteção e cuidados dos seus filhos.
Quanto a seus amigos, ela os tinha, (olha aí todos eles chorando em seu caixão), mas não era de toda hora. Ela sempre dizia: SEMPRE NÃO É TODO DIA! Da música de Oswaldo Montenegro, que ela carregava como hino, para sobreviver a suas escolhas. O que eu via é que ela gostava de andar sozinha, sem bandos, sem turmas, mas se enturmava com as Guimarães, se enturmava com os amigos do trabalho, se enturmava com os amigos virtuais, da internet que adorava, que se prendia para escrever e mandar o povo que a amava ler. E eles liam com gosto e entendiam o que ela queria dizer.
Mas a Menina era meio desligada em matéria de amizade, de licute, de grude de amiga. Ela não compartilhava invasão de privacidade, gostava de seu canto pra ficar sozinha, com seus botões. Ela sonhava muito acordada, e isso a fazia falar sozinha, pensar sozinha, sorrir sozinha. Não que ela estivesse só, existiam seus amigos imaginários, tão reais quanto seus sentimentos, mas que não saiam daquele canto, que era menor do que a sua vida.
A Menina se sentia só, ainda que existissem milhões ao seu redor. Ela queria um dia encontrar sua alma gêmea, a dos contos de fadas, a das histórias de amor!!!
A Menina era querida por todos. Mas ela era mais querida pela sua solidão.
A Dona Menina morreu só, sem ninguém para colocá-la nos braços e chorar. Mas ela tinha amor.
Mas sempre a via só, andando, saindo, dançando com suas irmãs por aí, ela sempre estava sem ninguém de fora, chegava em casa alegre, triste, chorando, gritando, cantando e até calada, batia no portão pra o pai jogar a chave, (pois é, o Seu Guima não dava a cópia da chave do cadeado de jeito nenhum, que era pra saber que horas a Menina caçula dele chegava) que ela pegava e se envergava pra abrir o pequeno portão vermelho da casa que sempre que se separava (pois casou duas vezes) voltava, seu pai não a deixava morar sozinha, com os filhos, alegava, em bilhetinhos, cartas, diálogos longos, ligações duradouras que para ela trabalhar como trabalhava, em televisão, estudando, vivendo, ela teria que ter 2 empregadas, que dormiam no local, sendo fiéis a ela. Isso era seu primeiro argumento para encher de medo essa Menina que amava o seu trabalho, e almejava a segurança e proteção e cuidados dos seus filhos.
Quanto a seus amigos, ela os tinha, (olha aí todos eles chorando em seu caixão), mas não era de toda hora. Ela sempre dizia: SEMPRE NÃO É TODO DIA! Da música de Oswaldo Montenegro, que ela carregava como hino, para sobreviver a suas escolhas. O que eu via é que ela gostava de andar sozinha, sem bandos, sem turmas, mas se enturmava com as Guimarães, se enturmava com os amigos do trabalho, se enturmava com os amigos virtuais, da internet que adorava, que se prendia para escrever e mandar o povo que a amava ler. E eles liam com gosto e entendiam o que ela queria dizer.
Mas a Menina era meio desligada em matéria de amizade, de licute, de grude de amiga. Ela não compartilhava invasão de privacidade, gostava de seu canto pra ficar sozinha, com seus botões. Ela sonhava muito acordada, e isso a fazia falar sozinha, pensar sozinha, sorrir sozinha. Não que ela estivesse só, existiam seus amigos imaginários, tão reais quanto seus sentimentos, mas que não saiam daquele canto, que era menor do que a sua vida.
Encontro dos Rios e a Dona Menina |
A Menina era querida por todos. Mas ela era mais querida pela sua solidão.
A Dona Menina morreu só, sem ninguém para colocá-la nos braços e chorar. Mas ela tinha amor.
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