De tanto eu falar da Dona Menina nesse velório, não prestei atenção que já é hora de enterrar. Já é hora de colocar o que morreu, que não pulsa mais debaixo da terra, para virar adubo, para renascer em flor. O desejo da Dona Menina é plantar um pé de rosas vermelhas em cima da cova dela, e deixar. Ela quer se transformar em flor, a Menina. ... E olha que susto!!! O caixão caiu, os quatro homens que pegaram nas abas do caixão não suportaram o peso daquele corpo morto e tudo despencou, esses homens, os mesmos que nunca suportaram sua força, seus desejos, mas que criaram nela uma nova mulher, o que a fez, o pai, o que a descobriu, o primeiro, o que a redescobriu, o segundo e o que a nunca tocou, o eterno. Mas olha, olha rapaz, olha a tamanha surpresa, a Dona Menina se moveu, eita! Se levantou. Meu Deus!!! Mas, espera um pouco aí, quem levantou não é a mesma, não é aquela Menina vazia, de gênio forte, de voz macia... Espera mais um pouco, não é aquele olhar que eu via dia dia, não é o me...