Vá plantar coquinho em outra roça


Tenho meu modo avesso de ser.
Não acumulei riqueza
Não fiz poupança
Não programei meu futuro numa repartição
Não cobro a pensão
Nem de um, nem de outro
Não peço esmola
Não vou atrás de bom partido
Não quero o mais bonito
Não vou na hight society
Não cumpro etiqueta em restaurante
Não uso Prada
Não calço alto.


O que eu gosto é de ter dinheiro
Pra satisfazer meus desejos de hoje
Pra comprar conforto e bem estar
Pra entrar e sair de lugares agradáveis
Na esquina, na praça, no bar
No Teatro, no Cinema, no Shopping
No pagode, no forró, na seresta
Eu vou atrás de homem
Que me cubra de respeito, educação, inteligência
E tenha um colo de leão
Protege, afaga, brinca
Mata de amor e depois cuida até o fim
Eu gosto de me vestir pra dançar, pra sentar no chão, pra pular a cerca, pra correr no parque
Mas eu gosto de me maquiar e me produzir, por um dia atípico, só pra impressionar
Aquele homem que nunca olhou pra mim
Só isso
Depois eu saio feliz por ter a certeza de quão fútil ele é
E Não tem capacidade de me fazer feliz
Eu gosto de conhecer o requinte, o luxo, o glamour
Até me delicio quando tenho oportunidades
Mas não me corrompo pra fazer parte desse mundo, que não  me pertence
Pois eu sou pobre, de família pobre, grande, batalhadora e feliz
Eu busco saber mais de mim, descobrir-me a alma, iluminar meu espírito
Pra que eu possa dormir bem, acordar tranquila, viver em paz

E isso eu não preciso explicar
Mas explico aqui
E mando todo mundo plantar coquinho em outra roça (pra não colocar um palavrão aqui)
Porque eu não devo nada pra você.

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