Dos amores platônicos da Dona Menina

Parafraseando o Pe Fábio de Melo no livro Mulheres de aço e de flores
E como toda menina, a Menina tem um amor no coração. Ela sente o cheiro forte de macho quando ele passa, ela se delicia com seu sorriso tímido quando a olha, ela treme quando ele fala, qualquer coisa, em seu sentido.
A Menina vira o corpo inteiro pra ele, aquele Menino pequenino, parece com um smurf, o mais danado, mas tem um jeito retraído na presença dela, não fala muito, não esquenta lugar, não responde nada. E sua indiferença entra como faca no peito daquela Menina platônica, que sonha em poder amar com toda intensidade, sabedoria e amor que possui aquele pequeno, mas bem definido, corpo. E sua indiferença machuca seu paladar, que quer, que só quer provar o Menino franzino. Pois é, ele é tão pequenino mas causa uma grande tempestade no corpo daquela Menina, que agora não é tão vazia, pois possui um amor escondido, depois de tanto limpar seu corpo, sua alma e seu coração de tanta dor, a dor que passou, de vez e deixou o espaço para o novo, e o novo veio em forma de Menino, daquele Menino franzino. E ele ainda mela os lábios de um dulcíssimo: Oi, Dona Moça! E nem Menina ele chama a Menina, a chama de Moça. Porque Moça, se ela é tão mulher quanto ele é homem? Se ela é tão Menina quanto ele é Menino.
Pois é, e eu que pensei que a Menina fogosa, que esquenta no frio fosse solta, fosse livre, fosse sem amarras. Pensei até que ela se agarrasse a qualquer corpo másculo, grande, viril que aparecesse para apagar aquele fogo tão alto e tão intenso que transborda pelos seus póros. Mas não, a Menina é sonhadora, romântica e retrai um amor tão puro, tão estranho, tão diferente nos dias de hoje, por um Menino, que não é um Menino qualquer, é o Menino mais especial da vida da moça. Mas que não a ama.
E mesmo sendo invisível para o Menino especial, a Menina é feliz só em estar perto dele. E com ele o mundo da Menina pára e ela se perde no tempo.
E eu achando que o coração daquela Menina de aço fosse livre.
Não Ele é cheio de rosas. Rosas vermelhas, rosas cheirosas.

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