A Infância
Quando era criança só queria ser, a Menina. Adorava brincar, sonhar acordada, sonhar dormindo, dormia muito, sonhar assistindo, sonhar estudando. E só tirava notas boas, a Menina. Era paparicada pelas irmãs todas, desde a bancária, até a artista, mas todas são artistas, cada uma na sua arte, as 7 artes da família. Era levada pro Circo, pro Teatro, pro Cinema, pro Show, pra muitos shows da cidade, A cidade que tem o seu nome: Cidade Menina. E ela vibrava a cada apresentação, era de aplaudir até doer a mão, lágrimas caíam em suas maçãs morenas, arredondadas, sempre foi fofinha, aquela Menina. Menina sadia.
Quando começou a escrever, coisa que toda menina ao seu redor já sabia, já foi escrevendo demais. E no Pituchinha, era sempre esquecida, e o vigia pegava sua bicicletinha com a cadeirinha da frente, que carregava sua filhinha, e levava pra porta do colégio esperava o plantão terminar com a cadeirinha e a Menina do seu lado direito, ficava falando um monte de coisa, que a Menina sempre entendia, mesmo sem saber de nada, ela ouvia, o Anjo-vigia. E na hora de sair, seu sorriso pulava da boca, seus olhos brilhavam: - lá esqueceram de mim, mas aqui eu vou voar, e voando eu chego em casa. E na cadeirinha ela voava, e seus sonhos iam bem alto, enquanto o vento batia no seu rosto redondo, de maçãs morenas. Assim chegava em casa, já noitinha e a casa cheia, sempre cheia, nem ligava, como se a Menina nunca tivesse saído, ou nunca precisasse chegar(dá até vontade de chorar, ver a hora que a Menina chega e todo mundo fica igual, sem se assustar de ter esquecido dela no Pituchinha). Já em casa a lágrima caía, mas na mesma hora esquecia, pois ia brincar com suas bonecas e seus sonhos. E até os 10 anos foi assim. Até que a artista, uma das, lhe ensinou a caminhar com os pés no chão e sozinha. No primeiro dia ela tremia, a Menina medrosa, tremia, tremia que faltava cair, pegou o Primavera, muito bem recomendada pra descer antes da Ponte, que ele ia por baixo, e ela atenta seguiu direitinho. Desceu, dando aquele sorriso de vitória, não ia mais precisar voar até em casa, nem chegar em casa sem ninguém notar que foi esquecida, nem precisava mais sentar ao lado do Anjo-vigia e escutar suas histórias que não sabia, mas entendia, e até gostava de escutar, sim! E ela ganhou seu primeiro prêmio na vida, depois de ganhar a vida, é claro!!!
E da vida ela sabia que tudo subia e descia, crescia e diminuía, fazia e desfazia. A Menina, que não sabia de nada, entendia, que sua vida não era em vão assim.
E depois de sua primeira vitória na vida, tão sofrida, tão vivida, mas tão feliz ela começou a guardar tudo no papel. Primeiro em folhas soltas, em forma de cartinha, com jeito de criança, cheia de cores, de sol, estrelas, árvores e céus, vários céus ela possuía. Depois nos seus cadernos, entre lições, redações, ditados, tinha lá sua marca de amor, de paixão, de sabedoria. A Menina escrevia.
A Menina vazia!!!
Quando começou a escrever, coisa que toda menina ao seu redor já sabia, já foi escrevendo demais. E no Pituchinha, era sempre esquecida, e o vigia pegava sua bicicletinha com a cadeirinha da frente, que carregava sua filhinha, e levava pra porta do colégio esperava o plantão terminar com a cadeirinha e a Menina do seu lado direito, ficava falando um monte de coisa, que a Menina sempre entendia, mesmo sem saber de nada, ela ouvia, o Anjo-vigia. E na hora de sair, seu sorriso pulava da boca, seus olhos brilhavam: - lá esqueceram de mim, mas aqui eu vou voar, e voando eu chego em casa. E na cadeirinha ela voava, e seus sonhos iam bem alto, enquanto o vento batia no seu rosto redondo, de maçãs morenas. Assim chegava em casa, já noitinha e a casa cheia, sempre cheia, nem ligava, como se a Menina nunca tivesse saído, ou nunca precisasse chegar(dá até vontade de chorar, ver a hora que a Menina chega e todo mundo fica igual, sem se assustar de ter esquecido dela no Pituchinha). Já em casa a lágrima caía, mas na mesma hora esquecia, pois ia brincar com suas bonecas e seus sonhos. E até os 10 anos foi assim. Até que a artista, uma das, lhe ensinou a caminhar com os pés no chão e sozinha. No primeiro dia ela tremia, a Menina medrosa, tremia, tremia que faltava cair, pegou o Primavera, muito bem recomendada pra descer antes da Ponte, que ele ia por baixo, e ela atenta seguiu direitinho. Desceu, dando aquele sorriso de vitória, não ia mais precisar voar até em casa, nem chegar em casa sem ninguém notar que foi esquecida, nem precisava mais sentar ao lado do Anjo-vigia e escutar suas histórias que não sabia, mas entendia, e até gostava de escutar, sim! E ela ganhou seu primeiro prêmio na vida, depois de ganhar a vida, é claro!!!
E da vida ela sabia que tudo subia e descia, crescia e diminuía, fazia e desfazia. A Menina, que não sabia de nada, entendia, que sua vida não era em vão assim.
E depois de sua primeira vitória na vida, tão sofrida, tão vivida, mas tão feliz ela começou a guardar tudo no papel. Primeiro em folhas soltas, em forma de cartinha, com jeito de criança, cheia de cores, de sol, estrelas, árvores e céus, vários céus ela possuía. Depois nos seus cadernos, entre lições, redações, ditados, tinha lá sua marca de amor, de paixão, de sabedoria. A Menina escrevia.
A Menina vazia!!!
A mesma bicicleta do Anjo-vigia |
E a cadeirinha da sua filha que levava a Menina voando pra casa |
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