Um brinde à anomia

Nesses dois dias clareei a mente sobre toda essa angústia de me sentir estagnada. É uma autossabotagem da minha percepção reativa sobre a vida.
A verdade é que depois de trinta e dois anos comecei a desconstruir minhas certezas. Eu que fui 'toda trabalhada' no egocentrismo, no orgulho e na vaidade (não por culpa de ninguém, fui trabalhada pelas minhas escolhas, atitudes e sentimentos, responsabilidade minha) hoje busco acabar com toda essa linha de pensamento e agir de modo que predomine a humildade e a caridade... Estou beeeem longe de conseguir, cada passo dado hoje ainda é para ter conhecimento de todos os meus erros passados, conhecê-los para compreendê-los e depois perdoá-los para enfim começar a caminhar no caminho certo.

Estou de joelhos pedindo a Deus mais paciência, pois eu não posso querer recompensas imediatas de todas as minhas conquistas, aqui é só um ponto em toda a eternidade que possuímos e Deus trabalha com a eternidade e não com o tempo humano.

Eu pedindo paciência e sem entender o porquê das situações ruins que estou passando. Situações ruins para se exercitar a paciência.
E meus pensamentos tão abaixo dos Vossos pensamentos, ó Pai!


Mas o que mais me clareou hoje foi que estou desistindo de tudo o que me construiu antes e ando em busca de algo novo. E na desconstrução tem o perigo iminente de se estar vazio, no limpar de toda poeira dos cantos mais obscuros tem a fase transitória da limpeza e da reforma íntima.
Isso tudo bem simples, passo a passo.

Só o instinto não está mudando. Tem a afinidade que continua atraindo 'os seus' e me assustando. Vejo com mais clareza que o que abomino hoje é o que pedia a Deus pra estar perto antes. Pessoas que me fazem regurgitar hoje é tudo o que já fiz tempos atrás sem perceber que era maldade com meu próximo (o olhar julgador, a palavra dura, o dedo indicador no nariz, os argumentos incontestáveis, a pseudo sabedoria, a arrogância...). Sei que me condeno muito por tudo o que fiz, arrependo-me de tamanha ignorância e brutalidade, sofro muito em pensar que eu acreditei que fosse correta e digna de tudo o que busquei quando não sabia nem buscar o essencial para evoluir, hoje eu só quero pedir perdão, me desculpar de minha inocência travestida de amor próprio.
Preciso a partir desse clareamento de ideias organizar um caminho seguro para não sucumbir ao que me ferve por dentro. A partir de agora, desse ponto de pensamento quero tomar cuidado com os novos olhares, com os ataques externos de quem se aproxima, e de quem se afastou algum dia, pois qualquer olhar, qualquer pancada, qualquer intenção má desestabiliza o ambiente límpido e limpo.
Preencher-me com prece, música e leitura. Preencher-me de Deus. Encher-me de Amor.
Esse sim é o caminho de hoje.
Assim Seja!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A história da menina do pé quebrado

A felicidade bestializa, só o sofrimento humaniza as pessoas ”... Mário Quintana.

Diálogo entre Rei e Rainha