E se eu morresse hoje?

Morreria feliz.
Mas eu nunca consigo terminar um texto meu sobre isso sem ficar angustiada com o fim de, simplesmente, respirar.
E hoje faleceu o pai de meu amigo Nei e eu fui vê-lo no velório. Senti uma tristeza profunda em ter sentido tanta futilidade esses últimos dias preocupando-me com minha beleza, meu corpo, rosto e cabelos e esquecer, como sempre a gente esquece, do fato de ter saúde, ter sorte, ter oportunidade todo dia de minha vida de estar respirando. E eu agradeci a Deus por tudo, não que eu seja melhor do que outros, nada, sou igual, vim do mesmo lugar e vou voltar a ser o que era antes de Deus soprar a minha existência na terra. Lembrei que sou igual a todos com suas mazelas, com seus erros, com sua força e seu discernimento. Não sou melhor e nem pior do que qualquer marca ou salto que me pise. Não sou melhor e nem pior do que olhares de desprezo e nojo, ar de arrogância e presunção.

E se hoje eu morresse, queria só que Deus me fizesse Anjo da Guarda dos meus Filhos. Sim. Só isso.

Anjo da Guarda dos meus filhos.


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