E se eu morresse hoje? Parte VI
Hoje seria um dia de intersecção na minha morte.
Se eu morresse hoje deixaria um vácuo na minha família, pois meus filhos passaram o fim de semana dodóis, precisando de colo de mãe. E teria que deixá-los juntos, sempre unidos para um cuidar do outro, todos os dias e sempre. E essa seria uma novela e tanto, pelas responsabilidades paternas aflorarem com minha ausência total.
Se eu morresse hoje deixaria meus projetos, sonhos, metas, objetivos, planos e tudo o que quero realizar morrer nas minhas palavras que aqui se encontram. E eu não poderia dizer minha grande vontade que estou de alçar voo para Angola e, não só para ver meu rei, mas para trabalhar em coisas novas, editar por lá, ensinar o que sei, o pouco que sei desses 14 anos de trabalho. E ninguém saberia de minha vontade enorme de fazer um livro deste blog, tanto das minhas poesias de adolescente, como das minhas cartas, recados, sonhos, frases... queria tudo em papel, eternizado, nem que seja para meus tataranetos lerem um dia. Nem imaginariam como estou com vontade de ter minha casa própria para construir, mais uma vez, do zero, o cantinho para eu e meus filhos, e fazer, como combinei com o Iago, um quarto para ele, com a cama, o guarda-roupa, a colcha do homen aranha, o travesseiro do Batman, os adesivos do Ben 10, do Scooby Doo, dos incríveis... e dar pra ele um cachorrinho pra ele criar, e um gatinho também, pra ele cuidar e dar comidinha, e dar banho e botar pra dormir... Um jardim pra eles brincarem. E ele não esqueceu o quarto da Iza, cheio de bonecas, de coisas de mulher ('coisa de mulher, né, mãe, ela é mulher e eu sou homem').
Se eu morresse hoje pouca coisa ia continuar, e minhas vontades, meus sonhos, meus desejos de um mundo melhor morreriam comigo. Porque a gente marca pelo que faz e não pelo que pensar fazer, e nesses 33 anos eu fiz pouco, não construi nada, plantei o necessário, fiz o providencial e não me apeguei a nada, desisti várias vezes de construir meu canto, porque só pensava em ser feliz e não segurar nenhum teto que a infelicidade reinava, não me apeguei a pedaços de tijolos e abandonei uma casa, que não era visto como lar. Mas hoje me faz falta. Eu quero reconstruir minha vida, mas tenho medo de ser tarde demais.
Porque, se eu morresse hoje, deixaria meus filhos sem referência material, pois voltando a casa de meus pais, eu perdi minha autenticidade num espaço, materialmente me resumo num pequeno quarto, onde deposito meu trabalho e minha estadia. Sei que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa, já dizia Belchior em sua bela canção. E vendo a destruição em massa no Rio, tenho a certeza de que o que importará para meus filhos será o que plantei. E o que plantei até hoje, meu Deus? Ainda não sei.
Mas, se eu morresse hoje, morreria feliz por todo amor que me rodeia e pelos frutos que dei desse ventre abençoado.
Ainda tenho medo de morrer. E quem não tem?
Se eu morresse hoje deixaria um vácuo na minha família, pois meus filhos passaram o fim de semana dodóis, precisando de colo de mãe. E teria que deixá-los juntos, sempre unidos para um cuidar do outro, todos os dias e sempre. E essa seria uma novela e tanto, pelas responsabilidades paternas aflorarem com minha ausência total.
Se eu morresse hoje deixaria meus projetos, sonhos, metas, objetivos, planos e tudo o que quero realizar morrer nas minhas palavras que aqui se encontram. E eu não poderia dizer minha grande vontade que estou de alçar voo para Angola e, não só para ver meu rei, mas para trabalhar em coisas novas, editar por lá, ensinar o que sei, o pouco que sei desses 14 anos de trabalho. E ninguém saberia de minha vontade enorme de fazer um livro deste blog, tanto das minhas poesias de adolescente, como das minhas cartas, recados, sonhos, frases... queria tudo em papel, eternizado, nem que seja para meus tataranetos lerem um dia. Nem imaginariam como estou com vontade de ter minha casa própria para construir, mais uma vez, do zero, o cantinho para eu e meus filhos, e fazer, como combinei com o Iago, um quarto para ele, com a cama, o guarda-roupa, a colcha do homen aranha, o travesseiro do Batman, os adesivos do Ben 10, do Scooby Doo, dos incríveis... e dar pra ele um cachorrinho pra ele criar, e um gatinho também, pra ele cuidar e dar comidinha, e dar banho e botar pra dormir... Um jardim pra eles brincarem. E ele não esqueceu o quarto da Iza, cheio de bonecas, de coisas de mulher ('coisa de mulher, né, mãe, ela é mulher e eu sou homem').
Se eu morresse hoje pouca coisa ia continuar, e minhas vontades, meus sonhos, meus desejos de um mundo melhor morreriam comigo. Porque a gente marca pelo que faz e não pelo que pensar fazer, e nesses 33 anos eu fiz pouco, não construi nada, plantei o necessário, fiz o providencial e não me apeguei a nada, desisti várias vezes de construir meu canto, porque só pensava em ser feliz e não segurar nenhum teto que a infelicidade reinava, não me apeguei a pedaços de tijolos e abandonei uma casa, que não era visto como lar. Mas hoje me faz falta. Eu quero reconstruir minha vida, mas tenho medo de ser tarde demais.
Porque, se eu morresse hoje, deixaria meus filhos sem referência material, pois voltando a casa de meus pais, eu perdi minha autenticidade num espaço, materialmente me resumo num pequeno quarto, onde deposito meu trabalho e minha estadia. Sei que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa, já dizia Belchior em sua bela canção. E vendo a destruição em massa no Rio, tenho a certeza de que o que importará para meus filhos será o que plantei. E o que plantei até hoje, meu Deus? Ainda não sei.
Mas, se eu morresse hoje, morreria feliz por todo amor que me rodeia e pelos frutos que dei desse ventre abençoado.
Ainda tenho medo de morrer. E quem não tem?
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