Uma sexta-feira de um janeiro qualquer

A saúde restabelecida, o pé doendo só um pouquinho, o coração adormecido, a cabeça limpa, a alma lavada, o sangue correndo, os olhos límpidos, o céu azul, não, cinzento, não, branquinho... O céu hoje está furta cor... 


Será que vai chover???







Hoje é mais um COMEÇO... do zero, primeiro degrau, abrindo uma porta para a Luz entrar...


E o triste hoje é receber 1/3 do todo e levantar as mãos pro céu, pq pelo menos dá pra comprar os lápis e cadernos dos pimpolhos, para começarem as aulas com alguma dignidade... Mas vai passar, essa agonia vai passar... E o trabalho continua, firme e forte...


Não sei se é ruim recomeçar. Porque para cair e levantar é uma dádiva de Deus, mas sempre dá a certeza das mãos vazias, do coração aberto, da mente limpa e da alma lavada de amor


Cair e levantar é desafiar a gravidade, é lutar contra a força que te puxa para a terra, é sair da inércia de pára-raio (Que interessante, o raio vai de baixo, da terra, pra cima, pra nuvem, são cargas opostas, que se atraem, e os pára-raios não recebem raios, eles enviam raios).




Em todo o tempo que consigo observar o que há ao meu redor, eu observo que têm pessoas que sofrem e um dia levantam radiantes e começam uma vida linda de novo, e tem gente que por um problema que passou nunca conseguem mais sorrir. Eu admirava tanto aquelas que sorriam e sabiam porque sorriam, eu detestava aquelas que sorriam por ver os outros chorarem e desprezava aquelas que faziam os que sorriam, chorar. E eu era sempre uma espectadora, nunca vivia minha própria vida, fiquei podada por um bom tempo com medo de me tornar o que detestava, de parecer com o que mais desprezava e queria só aprender a ser quem admirava. E o tempo passava rápido, quase que imperceptível, e não deixava nenhuma marca. Até que chegou a minha vez...


E eu não sabia o que fazer. E fui ser feliz, sem saber.

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