A Menina e o Mevi - introdução


Era uma vez, um reino logo ali.

Em um lugar bem quente e bem alegre viviam muitas pessoas de sorrisos abertos e muito brilho no olhar. O reino se dividia em vários castelos, uns grandes, uns médios, uns bem pequeninos e havia uma parte diferente, um lugar sem castelos, com várias casas de tamanho médio onde todo mundo vivia de modo igual, onde toda noite tinha festas, muitas festas, onde a Arte era o tesouro e todos podiam usufruir, todos podiam entrar e sair. Essa parte era chamada de Reduto.

Em um dos castelos pequeninos vivia uma Menina, era um dos lugares mais simples e lindos do reino. Onde a cor que predominava era a amarela. O castelinho era chamado de Castelo de Areia. A Menina cresceu no meio de muita gente, ela foi a última, teve a sorte de ter muito Amor e Carinho de todos do castelinho. Sua infância foi cheia de alegrias e mistérios, pois havia um lado do castelo que a areia era lamacenta. Mas a Menina crescia em graça e luz e não pisava lá. 

Toda noite a menina despertava com cantoria boa e risadas gostosas do lugar ao lado do seu quarto, onde ficava o Reduto. Ela já se acostumara com aquele barulho, mas toda noite ela fechava os olhos e sentia seu corpo flutuar, sentia um frio na espinhela e se assustava antes de voltar pra rede, sim ela dormia numa rede, a realidade era que o Castelo de Areia não possuía muitos bens materiais, então tudo era regrado, readaptado, reaproveitado e reciclado. Por isso a rede que era das irmãs mais velhas agora pertencia a ela.

Nas noites, ao ouvir as cantigas e gargalhadas a Menina se via no meio de muita gente bonita, de energia boa, de olhar iluminado, que tocava e sonhava como ela. Ela sonhava com uma rua larga, cheia de casas com luzes, de onde saíam sons misturados de alegrias infinitas. Ela caminhava e abraçava todo mundo que chegava a ela, dava tchauzinho pra outros, sorria farto pra todo lado e embalava o caminhado pelo som de cada música que pairava no ar. Todos eram bons com a Menina lá. Naquela rua dava pra ver o muro do seu castelinho e a janela miudinha do seu quarto onde ela ficava a sonhar.

Num certo dia, ao passar pela sua janelinha, olhando pra cima bem distraída ao sorrir intensamente, de felicidade por estar ali, ou por existir quem sabe, uma mão pegou no seu braço, forte, firme e com um tom pesado, quase rouco, sereno falou: - MENINA! Eu conheço você! Eu me apaixonei por você umas 15 vezes já!

E assim começa uma bela história.


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