A Montanha Dourada
Mevi, ao voltar do ourives no dia que descobriu o ouro, sentou-se ao lado do seu lenço amarrado numa pequena vara de madeira, pensou muito em como ia conseguir transportar toda aquela riqueza que ali estava. Naquele lugar o vento era muito forte e de vez em quando uns tornados, uns redemoinhos e mais frequentemente umas ventanias espalhavam todo o ouro que agora o pertencia.
Depois de um bom tempo pensando, o grande líder foi ter com seu primo Aledy, trocaram ideias, tiveram divergências, eles não pensavam igual, apesar de quererem a mesma coisa. A discussão foi pesada, mas rendeu frutos.
Aledy de cabeça quente como sempre, saiu pela floresta adentro pra se acalma. Voltou 1h30 depois todo sorridente e abraçou seu primo com carinho dizendo que já tinha encontrado a melhor solução:
- Mevi, vamos demarcar esse local. Construímos um castelo aqui. E ao redor da Montanha Dourada plantamos árvores. De todo jeito. Das grandes. Robustas. Raízes fortes. A floresta está cheia delas. Criaremos um círculo perfeito pro vento não levar mais o nosso tesouro.
E assim foi feito.
E tempos depois o lugar mais visitado do reino era também a fonte de riqueza natural do local.
Os habitantes, que viam as cargas indo pro Reduto todos os dias cheias de areia não entendiam muito bem o que acontecia com aquilo. Os trabalhadores dos caminhões e dos balcões não sabiam pra onde tanta areia ia todo dia. Apenas poucos, bem poucos entendiam todo o processo. No final da estrada larga do Reduto existia uma grande fábrica pertencente ao antigo ourives da cidade vizinha, Azul Anil, um pequeno município que cresceu bastante desde a inauguração do Reino de Pii. Uelto era um homem zangado, muito rico, tinha grandes muros e portões de ferro onde ninguém entrava sem ser cadastrado, entrevistado e investigado pelo pessoal dele. Reza a lenda que ele é um alquimista, já tinha transformado conchas do mar em diamantes. Mas, o que era real é que ele gosta da areia do reino. Ninguém sabe explicar o motivo.
Na grande fábrica tem um galpão gigante, de forma arredondada, dividida por uma linha branca pintada por fora. De um lado é fogo, tem chaminés que sai uma fumaça preta e do outro tem chaminés que sai um ar frio, como no pólo sul. O lugar tem muito trabalhadores. Uns bem humildes, vivem com a roupa suja da fumaça preta. Outros bem sofisticados, vivem com casacos grandes e com capuz, luvas, botas e máscaras.
Poucos no reino sabem o que a areia se transforma ali dentro.
Nem a Menina sabia. Ela só queria uns palmos pra colocar nas suas Caixinhas Mágicas. Por isso, ela chegou na porta da fábrica...
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