A Menininha

A Menininha nasceu numa manhã de sol bem amarelado. Mês de julho no Reino de Pii é um tempo gostoso pra passear perto do mar. Mesmo poucas pessoas sabendo curtir esse lugar, desde o momento que veio ao mundo a Menininha foi levada às areias amarelinhas e brilhosas da praia Dourada. 

O Reino de Pii tinha uma tradição de doar um saco de sua areia para os novos habitantes do lugar.  Mas, no dia que a Menininha nasceu, sua mãe recebeu o presente dela numa caixinha. Era de madeira talhada, no formato de um baú e tinha uma letra M parafusada. Anos e anos depois, sua caixinha ficava no canto da sua cama, como um amuleto, um pouco coberta de poeira, meio esquecida, sem ser mexida ou mudada, estava ali.

Enquanto o tempo passava, o Reino crescia, a população trabalhadora aumentava. Cargas e cargas iam e vinham do Reduto pra o centro do Castelo de Areia cada vez mais. A Menina crescida sentia falta de ter um trabalho. Ela, cheia de sonhos, desejava ajudar a todos, tinha vários propósitos e sempre colocava as pessoas que amava à frente de todos. 

Em um tempo sombrio, que a dor da alma destruía todos os sonhos no coração da Menina, ela chorou. Seu travesseiro molhado de lágrimas, encharcou... encharcou tanto que ela jogou-o no chão. O travesseiro bateu na caixinha de madeira talhada e a abriu, derramando uma brilhosa e reluzente areia, tão mais amarelinha que a do centro do Reino. 

A Menina não lembrava que nos tempos que nasceu, o Rei presenteava os nascidos com um saquinho de areia. E que só ela tinha recebido seu presente numa caixinha. Sendo a única da história do Reino de Pii.

Depois de conversar sobre o seu presente com seu pai, a Menina teve uma LINDA IDEIA!!! Ia presentear as pessoas com a CAIXINHA DE Pii. Ela não inventou a roda, né? Ela só quis voltar a tradição de Pii. E começou a planejar seu grande feito, que, ainda sem saber, mudaria todo o destino do Reino e dela. 

Nascia uma nova Menina.