O sonho da Menina


 O quarto da Menina guardava todos os seus sonhos. Ela chegou lá aos 10 anos e desde sempre criava toda a sua imaginação, todo o seu mundo mágico ali dentro.

Acordada, ela era a Rainha de todo o Reino de Pii. Por ela saía todas as leis e a principal era: Todos são diferentes, o Respeito nos tornam iguais. E com essa lei master os habitantes do seu Reino era tratados com respeito, com justiça, com equidade. As pessoas tinham uma boa educação, boa alimentação, acesso à saúde de qualidade. E ao chegar aos 20 anos, cada cidadão recebia um desafio e disso ele seguia seu caminho profissional. O mérito de cada um vinha da mesma base: educação, alimentação e saúde. 

No Reino da Menina existia um poder para cada castelo: Reinventar as suas sobras. O maior desafio era transformar o seu lixo em algo novo. Não existe o "jogar fora". Cada coisa tem o seu lugar. O que se estraga vira adubo. O que envelhece vira história, cada castelo tem que cuidar do seu próprio museu. Os restos viram arte. E o que apodrece pode ser aterrado, sem envenenar seu solo. E a segunda grande lei é a LEI DA CARIDADE. O pouco que tenho posso ajudar quem não tem. O que me sobra posso doar. Quem tem de sobra sempre sente falta de algo, que pode receber.

Nos sonhos da menina, existia luz. Luz que saía da energia das pessoas. Uns com poucas, uns com muitas e uns com uma luz fria... mas tinha uma luz que brilhava bem longe, ela se movimentava pra lá e pra cá, chegava e saía, subia e descia. Era linda, amarelada, chegava a avermelhar, a cor acompanhava a lua cheia. Tão encantadora. Tão leve. Tão intensa. 

A Menina se apaixonara por aquela intensidade. Mas, não podia chegar perto daquela bela luz. 

Em seus sonhos ela caminhava lado a lado, de mãos dadas com o dono daquela luz. Ela se via a mulher mais amada e respeitada por ele. Se sentia completa, leve e muito feliz ao seu lado. Ela olhava o caminho, com a lua clareando todo o Reino, com as pessoas sorrindo e brilhando de alegria. 

A Menina queria muito ficar sonhando o tempo todo.

Mas, ela acordava... sozinha... e ia trabalhar.

Aquela luz era muito distante.

Quem sabe um dia...


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