Ao olhar praquela Menina

 Mevi sorria ao sair rápido enquanto a Menina o enchia de perguntas. 

"Claro que não vou responder todas aquelas perguntas bobas. Se bem que ela sabe um pouco da minha história, mas é o que os outros dizem e os outros não sabem nada do que vivi pra chegar até aqui."

Mevi divagava sobre o jeito tolo da Menina que tinha a mesma caixinha que ele. No primeiro dia que falou com ela, em frente à fábrica, ficou assustado em vê-la carregando nas mãos a sua caixinha de madeira talhada com a sua inicial e bem conservada, tanto que ainda brilhava a areia que foi colada nela. Mesmo depois que foi em casa, entrou no quarto, afastou a cama, abriu o cadeado no chão debaixo do tapete, tirou uma caixa grande, abriu a fechadura de sete voltas e viu... ela estava lá, sua caixinha de madeira talhada, com sua inicial... não brilhava mais tanto por fora, mas o ouro em barra, aquele primeiro moldado pelo ourives ao derreter a areia da Montanha Dourada estava lá, do mesmo jeito que ele deixou...

"Nossa, que susto!!!

Mas, como é que aquela Menina tem outra caixinha igual à minha? Quem deu pra ela? A tradição não era de uma caixinha para cada novo cidadão, não. Era um saco de pano com um punhado da nossa areia especial dentro. Para que cada família tenha um símbolo da nossa riqueza em casa. E mesmo que Aledy tenha sido aconselhado por seus súditos da corte a parar de vez com nossa mais singela tradição, a fim de acumular mais riqueza no Reinado dele, a caixinha só foi feita para presentear a mim, no meu aniversário, só para guardar minha grande descoberta."

Mevi passou a noite acordado, caminhando sozinho ao redor de sua linda mansão, pensando em como voltaria a conversar sobre a caixinha daquela tola Menina, que só sabia de contos populares e havia voltado a tradição do reino. Ele se perguntava como se aproximaria dela, como ficaria amigo dela e descobriria sobre a sua vida sem parecer tão curioso sobre a caixinha mágica igualzinha à dele.

E no dia seguinte, ao primeiro raiar do sol, Mevi foi ter com sr Gerard.

- Bom dia, papai.